terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Olympus, um dos barcos da minha vida

Vila do Porto, Verão de 1992 (?)

Apanhei esta foto, por acaso, entre coisas que ando a mudar de sítio. Digitalizei-a e aqui está.
Este barco apareceu no Clube Naval de Ponta Delgada, oferecido, suponho eu, pela Direcção Regional dos Desportos. Tinha sido comprado pelo Governo Regional ao proprietário, na ocasião, Deocleciano, qua o havia restaurado, a partir de muito pouco, na Terceira. Coragem, a do Deocleciano. De seguida ele viria a ganhar outro salvado, novamente um trimaran, o Intermezzo (onde morreu assassinado o seu proprietário,em 2006, no Algarve). Eram barcos a mais para o Deocleciano que, ainda por cima, tinha o vício de construir barcos ( "Vénus", o catamaran, também é dele).
Assim, o "Olympus" ia ser entregue, em mão, ao Clube Naval que o quisesse e, nem na Terceira, nem no Faial o queriam.
Como estava na Direcção do CNPD nessa altura, acreditei que seria bom para o Clube e, que para além disso, não seria oneroso. E, assim foi.
O Olympus passou a estar bem equipado, com uma boa caixa de ferramentas, um bote anexo, com um motor de 2 cv e o seu próprio motor auxiliar que às vezes funcionava.
Foi criada uma lista de comandantes autorizados e uma tabela de preços para aluguer.
Quanto à lista, houve polémica de sobra. Apesar de serem todos barcos, há diferenças entre um paquete e um boca aberta e, há que respeitá-las. Do mesmo modo, ninguém nasce ensinado e há que aprender. A modéstia é boa conselheira.
Seguindo, com o dinheiro ganho, sempre se conseguia melhorar qualquer aspecto.
Do palmarés, há uma regata Horta-Velas-Horta, com o Manel Mota, Marques Moreira (pai), Marco e não sei se mais alguém, em que o Olympus largou da Horta e chegou a Velas, antes da corveta que deveria registar as chegadas. Não sei se a 15 ou 20 nós, alguém o confirmará, viagem essa concluida com uma bela atracagem à vela na "marina", no antigo saco do porto de Ponta Delgada.
Numa viagem de Santa Maria, para S. Miguel, com destino posterior nas Flores e, a uma velocidade de cerca de 15 nós, o mastro andou. Era de esperar que acontecesse, tal era o estaiamento, mas como bons tesos, sempre pensamos que aconteceria mais tarde.
Esta é a famosa "viagem das pedras" à qual regressarei mais tarde.
Reboque para Santa Maria e, mais tarde, para S.Miguel.
Depois, os seguros e a falta absoluta de vontade dos sócios do CNPD em defender o barco. Aliás, "Sírius" de fora, nunca mais defenderam nada que navegasse: Vougas, baleeiras, Olympus, Wings e até mesmo o "peix' Agulha". Estranho, não é?
Foi longo abandono do "Olympus" , até à sua posterior compra por alguém que ficou apaixonado pela sua singularidade, o Zé, uma das pessoas mais apaixonadas pelo mar que conheci em toda a minha vida.
Pronto (quase) o restauro do Olympus, ainda viriamos a ganhar ao "Intermezzo", tripulado pelo Deocleciano, uma regata Ponta Delgada - Ribeira Quente.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Atlantis Cup 2006, em pose pró boneco

Horta, Agosto de 2006 Pose da tripulação

Esta é com pose, coisa de prós, com o barco ao fundo (salve seja, mais em 2º plano, em baixo).
A regata em si, por ser a mais longa dos Açores, vale a pena. Para além da disputa em mar aberto, sujeita a tácticas e, claro que às boas manobras, há os momentos em terra onde como em todas as artes, a gente troca impressões e tem oportunidade de estabelecer novas amizades e rever caras amigas.
Dos barcos que navegam com alegria por aí, pedindo perdão por ser sectário, destaco o do Emídio, cujo nome não me ocorre agora (um abraço para o Luís), e o "Ziu", do Luís Silveira. O Armindo ficou na Marina este ano. A vida é bela!
Para o ano há mais e espero que a gente se consiga organizar para fazer melhor do que fez este ano. O desafio é grande, já que temos um 2º lugar em Open para ultrapassar.
Bons ventos e alegria para 2007!

Atlantis Cup 2006

Horta, Agosto de 2006 Repouso da tripulação

Aqui está toda a tripulação do "peix' Agulha", descansando na Marina da Horta (só por um momentinho, que a seguir viria a medição das velas).
Devo dizer que nos portamos muito bem, quando comparados com tripulações numerosas. Olhando à volta, comparando com o resto da frota, deveríamos ter sido uns seis a bordo. Demos muito bem conta do recado e ainda sacamos um 2º lugar, em Open, na geral. Belíssimo!
Estavamos nós nesta pose, quando apareceu um amigo meu de há uns bons anos, Javier Grau, que é fotógrafo profissional, a viver na Alemanha, (roteiros da Everest) e que nos sacou umas fotos, algumas com pose...
Recebi-as há 2 ou 3 dias e, para surpresa minha, vinham num envelope de plástico, tendo escrito por fora, em 3 línguas, o seguinte:"Regrettably, the item was demaged and has therefore been provided with a plastic cover by the Deutsche Post", "L' envoi a malheureusement été endommagé et a donc été doté d' un emballage en matière plastique par la Deutsche Post" e, em alemão, que não transcrevo por falta de tremas no teclado. Lá dentro o envelope original, cortado certinho com um bisturi, obra de uma qualquer secreta. PQP!
Não via uma carta assim censurada, desde a a 2ª Guerra Mundial. Aí as cartas do meu pai eram abertas e apensa uma tira que dizia "aberto pela censura". Mais tarde, a PIDE não se dava a esse trabalho: li-a e fechava. Estes fingem que veio estragado. É obra!
O que será suspeito ?: Os Açores, um espanhol na Alemanha ou, a combinação disso tudo.
Que nos saíu a rifa, saíu.
Que as vão abrindo...