quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

O enjôo

Outubro 2006, Américo ao leme, no regresso da Terceira



Tenho a grande felicidade de não enjoar com facilidade. Não usar superlativos, é já po-lo no diminutivo, tais são as lendas e, os casos que posso narrar, como tendo presenciado.
Habituei-me, como o mais, ou co- responsável, a ter que dar apoio directo e calor de gente e, para além disso, a manter o barco limpo e apto. Curiosamente aquilo que em criança, nas viagens para Santa Maria, a bordo dos "Pareces", me fazia perder o domínio e me dar nauseas, o vómito dos outros, passou a ser uma simples ocorrência, que era necessário resolver, cuidando da pessoa e limpando o sítio.
A bordo, há sempre uma caixinha de mínimos, cuja marca comercial varia. Às vezes, em casos de pedido especial, há as pulseiras da Karen.
Depois há o comer e o não comer, beber e o seu contrário, apanhar ar e descansar na cabine, ir à manobra ou ficar quieto e muitas outras opções, variando conforme os presentes. Truques...
Quem aborda o mar sem muita experiência anterior, teme pelo seu comportamento, o que é natural. Passados uns dias, pode ou não, haver alguma espécie de augurio, do tipo, não sou de enjoar, acho que vou enjoar sempre, ou ainda não percebi como isto funciona.
Como maior representante do método científico, nomearia o Américo, aquele que se orgulha de só desperdiçar meia sandocha e estranhar que no meio do "perto do fim do mundo" ainda consiga guardar outra metade na barriga, sempre pronto para a manobra.
Vindo como veio, da entrega da alma e outros elementos que ainda conseguia dominar, aos deuses e diabos do mar (não estava apto para escolher), é um progresso que merece ficar registado nos manuais de bordo.

Ganda engenheiro !

p.s.: Shots à pirata, penalties, emborcadelas e outras tragadas rápidas, não obrigatoriamente associadas a largas doses de ovos cozidos, estão já registadas, como dando cabo da atleta e do atleta (tipo "pró menino e prá menina") .

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